CONCURSO “FLORESTA NO MEU OLHAR”
ALUNOS DO CADEP-CN VENCEM O 1º ESCALÃO
No âmbito das comemorações do “Dia
Mundial da Árvore”, o Serviço Florestal de Santa Maria promoveu o inédito
Concurso fotográfico “Floresta no meu
olhar”, aberto à participação de escolas e outras entidades.
Segundo a entidade promotora, o Concurso teve como objetivos centrais “sensibilizar
os jovens, por forma a mobilizar os seus
sentidos para a capacidade de observação a floresta e o meio ambiente que o
rodeia, assim como incentivá-los a desenvolver e valorizar os mesms de forma
criativa”.
Os concorrentes, de forma individual ou por equipas, com o máximo de 4
elementos, puderam apresentar até dois trabalhos relacionados com a floresta e
sua relação/influência com o meio envolvente.
Por cada foto a cores ou a preto e branco era exigível um título e uma
descrição sucinta do conteúdo.
O CADEP-CN concorreu na categoria “Outras entidades”, tendo obtido o prémio
revelação e os prémios dos três primeiros lugares, no escalão para menores de
14 anos.
Os prémios foram entregues em carimónia realizada no dia 21 de março – Dia Mundial da Floresta -, na sede dos
Serviços Florestais de Santa Maria, tendo os vencedores recebido uma
interessante placa gravada. Todos os participantes receberam diplomas e as
entidades uma coleção de postais com plantas endémicas.
Abaixo, apresenta-se os
jovens vencedores do 1ºEscalão e os trabalhos premiados.
Prémio revelação: João Vitor
Braga Freitas
Título: “FLORESTA SUPORTE DE VIDA (HABITAT) DE OUTROS SERES VIVOS (ANIMAIS
E PLANTAS)”
Algumas árvores, inseridas no contexto de florestas, constituem
ecossistemas, com ambiências particulares de sombra, humidade, captação de insetos,
disponibilização de matéria orgânica, entre outros fatores ambientais que são
propícias e necessárias à ocorrência/existência e reprodução de outras espécies
vegetais e animais.
A foto revelação apresenta a
endémica Estrelinha-de-santa maria (Regulus
regulus-sanctaemariae), junto do seu ninho, cujo habitat preferencial para se fixar e nidificar é a floresta com
espécies endémicas como urze, pau-branco, folhado, azevinho...).
1º Prémio: Mariana Melo
Título: “ÁRVORES COMO PATRIMÓNIO NATURAL ÚNICO DOS
AÇORES”
As nossas florestas comportam algumas espécies arbóreas e arbustivas, que
são únicas no mundo, ou seja são endémicas dos Açores, havendo em Santa Maria
algumas delas.
São espécies que detém um código genético único a nível mundial e que, de
forma espontânea, só nascem nos Açores, constituindo um verdadeiro património
regional.
A foto premiada apresenta um bonito
e imponente azevinho (Ilex Perado)
existente na zona do Arrebentão, que já tinha sido classificado como “Árvores
notável dos Açores” sob proposta do CADEP-CN, em 2012.
O Azevinho é um endemismo arbóreo dos Açores, que compõe a Laurissilva,
destacando-se a “nossa árvore”, por se apresentar exposta, quase isolada, e
junto a um talude de estrada, perto do Miradouro da Pedra Rija. Chama à atenção
dos transeuntes (turistas e residentes) pela diferença em relação às outras
árvores circundantes, beleza da sua
folhagem e frutos redondos e vermelhos. Para além desta relevância de
atratividade este azevinho , apresenta, como que em exposição, uma das belas
árvores do património natural genético dos Açores, configurando-se como o
exemplo melhor “desenhado” (geometria e exuberância da copa) e de maior porte
que conhecemos na ilha de Santa Maria.
2º Prémio : Paulo Renato
Título: “FLORESTA COMO REGULADORA DO CICLO
HIDROLÓGICO”
A mancha florestal, nomeadamente a de criptómérias existente em Sta Maria,
contribui significativamente para a captação de nevoeiros e descarga de nuvens,
fenómenos importantes de condensação que constribuem para a humidade dos solos
e recarregamento de nascente e aquíferos.
A foto premiada apresenta uma mancha florestal de
criptomérias do Pico Alto, onde se podem ver a captação de nevoeiros e caida de
pingos de água das árvores.
3º Prémio : Evelina Silva
Título: “ÁRVORES RARAS DE SANTA MARIA”
A foto premiada apresenta o tronco
de um enorme eucalipto (Eucalyptus globulus) na Quinta dos Arrudas (o maior
diâmetro da ilha, com cerca de 2,5m), sendo necessárias 8 crianças para o
“abraçarem”. Esta árvore, por apresentar esta compleição rara, foi classificada
também como “Àrvore notável dos Açores”, em 2011, sob proposta do CADEP-CN.
É uma árvore emblematicamente notável e
de referência na vivência histórica da Quinta dos Arrudas e na comunidade de
Almagreira, com o acrescento da riqueza
ecológica do seu porte, da imponência da espessura do seu tronco e longevidade.
Contaram os mais
antigos que à sombra do enorme eucalipto, os trabalhadores da Quinta comiam os
seus farnéis, durante a semana, e as senhoras da casa, nos fins de semana,
juntavam-se para tomar o chá, conversar e fazer rendas.
Era ali, nos bancos de madeira e pedra que lá
havia, que o Senhor da casa se sentava para fazer os negócios do vinho, dos
animais e da fruta e combinava os trabalhos da semana com o seu “feitor”.
Todos os trabalhos
premiados nesta e nas outras categorias serão expostos durante o ano, em
diversos locais da ilha.
José Melo
Docente e coordenador do CADEP-CN*
*Clube dos Amigos e Defensores do
Património-Cultural e Natural
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