No ano letivo de 2010/2011, iniciei a
implementação do novo programa de matemática, com uma turma de 1º ano. As
expetativas eram imensas e sentia- me um pouco insegura até, pois ao fim de
vinte e cinco anos de serviço, iria iniciar uma nova etapa na lecionação desta
área disciplinar curricular.
A implementação dos novos programas de
matemática, veio alterar completamente o modo como se abordam conteúdos e como
estes são aplicados na resolução das diversas tarefas. As atividades passaram a
ser mais lúdicas, mais apelativas e concretas. Há uma maior manipulação e
exploração de materiais.
O professor passou a ser menos
expositivo e mais orientador, enquanto os alunos passaram a ser menos ouvintes
e mais ativos, na sala de aula. Estes são levados a explicar a resolução das
tarefas; como o fazem, comparando os seus resultados com os dos colegas, discutindo,
argumentando e tirando conclusões, levando os alunos a descobrir; a entender o
que estão a fazer; o porquê… para só depois se preocuparem com o resultado
final. É solicitado aos alunos o recurso a diversas estratégias de cálculo,
apelando a um maior desenvolvimento do raciocínio.
A linguagem matemática é enormemente
desenvolvida, tanto oralmente, como por escrito.
Ora, tudo isto seria fantástico se os
nossos alunos fossem todos dotados das mesmas capacidades de raciocínio,
tivessem a mesma maturidade, a mesma capacidade de concentração, para se
conseguirem obter os resultados esperados. Seria ideal que as turmas fossem
constituídas apenas por um nível de escolaridade. Era, assim, importante
existirem as condições necessárias para o sucesso de todo o processo de
implementação. Na realidade, isto não acontece. Os alunos com mais limitações
têm mais dificuldades em acompanhar as tarefas que lhe são propostas, precisando
de mais tempo para sistematizar os conteúdos. Perante uma nova tarefa, alguns
sentem-se algo perdidos e ansiosos; alguns desmotivam-se, alheando-se com muita
facilidade do que se está a trabalhar.
Por outro lado, muitos não podem contar
com o apoio dos encarregados de educação, uma vez que estes não estão
sensibilizados para os novos métodos de ensino da matemática, criando, até,
alguma ansiedade nestes, pois querem ajudar os seus educandos e não o conseguem
fazer.
Mas, de um modo geral, posso concluir que os
atuais alunos, que acompanham o novo programa, têm uma atitude mais positiva perante
a matemática, em comparação com os que trabalharam o antigo programa.
Também a planificação desta disciplina é
feita de modo diferente. Quinzenalmente, os docentes que lecionam o mesmo ano
de escolaridade reúnem-se, com a orientação da professora Cristiana Guimarães
(docente acompanhante na implementação dos novos programas no 1º ciclo) e todo
o trabalho é organizado em conjunto. É feita uma reflexão, em conjunto, sobre
as aprendizagens dos alunos, os sucessos e insucessos obtidos; trocam-se
experiências, partilham-se conhecimentos e esclarecem-se dúvidas.
Por
tudo isto, esta experiência tem sido bastante enriquecedora!
A Professora Eduarda Coelho
(a lecionar uma turma de 3º ano
na Escola EB1/JI de Vila do Porto)
Sem comentários:
Enviar um comentário