quarta-feira, 6 de março de 2013

A Matemática no 1º Ciclo


No ano letivo de 2010/2011, iniciei a implementação do novo programa de matemática, com uma turma de 1º ano. As expetativas eram imensas e sentia- me um pouco insegura até, pois ao fim de vinte e cinco anos de serviço, iria iniciar uma nova etapa na lecionação desta área disciplinar curricular.
A implementação dos novos programas de matemática, veio alterar completamente o modo como se abordam conteúdos e como estes são aplicados na resolução das diversas tarefas. As atividades passaram a ser mais lúdicas, mais apelativas e concretas. Há uma maior manipulação e exploração de materiais.

O professor passou a ser menos expositivo e mais orientador, enquanto os alunos passaram a ser menos ouvintes e mais ativos, na sala de aula. Estes são levados a explicar a resolução das tarefas; como o fazem, comparando os seus resultados com os dos colegas, discutindo, argumentando e tirando conclusões, levando os alunos a descobrir; a entender o que estão a fazer; o porquê… para só depois se preocuparem com o resultado final. É solicitado aos alunos o recurso a diversas estratégias de cálculo, apelando a um maior desenvolvimento do raciocínio.
A linguagem matemática é enormemente desenvolvida, tanto oralmente, como por escrito.
Ora, tudo isto seria fantástico se os nossos alunos fossem todos dotados das mesmas capacidades de raciocínio, tivessem a mesma maturidade, a mesma capacidade de concentração, para se conseguirem obter os resultados esperados. Seria ideal que as turmas fossem constituídas apenas por um nível de escolaridade. Era, assim, importante existirem as condições necessárias para o sucesso de todo o processo de implementação. Na realidade, isto não acontece. Os alunos com mais limitações têm mais dificuldades em acompanhar as tarefas que lhe são propostas, precisando de mais tempo para sistematizar os conteúdos. Perante uma nova tarefa, alguns sentem-se algo perdidos e ansiosos; alguns desmotivam-se, alheando-se com muita facilidade do que se está a trabalhar.
Por outro lado, muitos não podem contar com o apoio dos encarregados de educação, uma vez que estes não estão sensibilizados para os novos métodos de ensino da matemática, criando, até, alguma ansiedade nestes, pois querem ajudar os seus educandos e não o conseguem fazer.
 Mas, de um modo geral, posso concluir que os atuais alunos, que acompanham o novo programa, têm uma atitude mais positiva perante a matemática, em comparação com os que trabalharam o antigo programa.
Também a planificação desta disciplina é feita de modo diferente. Quinzenalmente, os docentes que lecionam o mesmo ano de escolaridade reúnem-se, com a orientação da professora Cristiana Guimarães (docente acompanhante na implementação dos novos programas no 1º ciclo) e todo o trabalho é organizado em conjunto. É feita uma reflexão, em conjunto, sobre as aprendizagens dos alunos, os sucessos e insucessos obtidos; trocam-se experiências, partilham-se conhecimentos e esclarecem-se dúvidas.
            Por tudo isto, esta experiência tem sido bastante enriquecedora!
 



A Professora Eduarda Coelho
(a lecionar uma turma de 3º ano
na Escola EB1/JI de Vila do Porto)

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